Porto Brandão
Projeto Urbano da área compreendida entre Porto Brandão/Fonte Santa e Universidade/Torre no Monte da Caparica
Em concordância com os objetivos enunciados no caderno de encargos, e à luz das estratégias delineadas no PDMA, o projeto propõe uma intervenção ao nível do espaço público, abrangente, agregador, capaz de interligar os núcleos urbanos da Fonte Santa e Torre e a Universidade e consecutivamente, melhorar significativamente a conexão com os núcleos urbanos de Almada e Costa da Caparica no eixo Este/Oeste. A implantação do MST teve, e terá com a sua expansão, um papel fundamental na mobilidade neste eixo, porém, o impacto da infraestrutura restringe a conexão no eixo Norte/Sul. É portanto urgente repensar o território à luz dos novos vetores de expansão urbana, da influência que os mesmos têm nas interligações entre núcleos urbanos e do potencial de ligações perdidas ou desvalorizadas.
O núcleo urbano de Porto Brandão, e o eixo no qual se integra (Porto Brandão/Fonte Santa/Torre e Universidade),pela sua localização estratégica no município, funcionará como local de charneira entre Almada e a Costa da Caparica e, sobretudo, como principal via de comunicação entre o topo das arribas, o rio e, consequentemente, a cidade de Lisboa. À escala da região, o eixo assume a sua importância como vetor de conexão entre dois concelhos, com o potencial de reativar uma travessia hoje em dia subutilizada.
A requalificação pretende, por um lado, melhorar significativamente as condições de mobilidade entre as duas cotas, através da hierarquização dos modais, priorizando o pedestre e o transporte público em detrimento do automóvel. Por outro, aproximar os núcleos urbanos e a universidade, recuperando a sua interligação, criando novas relações de dependência entre a população local e o mundo académico capazes de quebrar paradigmas e criar impacto socioeconómico na região.
A topografia acidentada, o cadastro rústico de grandes lotes, a ausência de espaço público qualificado e a malha viária de perfil reduzido na maior parte das ligações viárias, reduzem significativamente a margem de manobra para uma intervenção de requalificação à escala do território, possibilitando apenas intervenções pontuais e cruciais em pontos-chave. Deste modo, o projeto pretende analisar o potencial dos espaços residuais resultantes do confronto do cadastro rústico frente à expansão urbana e os já existentes espaços públicos (associados a infraestruturas), e propor operações cirúrgicas capazes de gerar polaridades ao longo do eixo, reduzindo a necessidade de desapropriações em larga escala.
A estratégia de intervenção fomentará a circulação, consolidando os espaços públicos existentes e a Universidade na sua relação com o MST e estreitando as relações das localidades dispersas nas arribas com Porto Brandão. A introdução de novos usos será fundamental para a contenção da expansão industrial na frente ribeirinha norte, através da promoção de atividades de lazer e de recreio em articulação com outras áreas já intervencionadas.